Associação Brasileira de Provedores
de Internet e Telecomunicações

Abrint na Mídia

Provedor regional conquistou 72% dos contratos de banda larga em 2018

28/06/2018 Voltar

Donos de quase metade da fibra óptica do País, empresas locais de internet citam criação de redes em novas regiões e correção de base na virada do ano como justificativa para crescimento

 

Dos 1,086 milhão de novos contratos de banda larga registrados até abril, 783 mil (ou 72%) vieram dos provedores regionais do serviço. A participação é ainda maior que a verificada em 2017, quando os 1,392 milhão de novos acessos do segmento representaram 69% do crescimento anual no mercado de internet fixa.

“Os provedores regionais respondem por 5,1 milhões de usuários. Destes, cerca de 1,5 milhão são atendidos com fibra óptica. Isso representa 47% de toda fibra que existe no País”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), Basílio Perez, destacando o investimento na tecnologia como principal vetor das taxas de crescimento.

“Hoje, todo provedor tem rede de fibra óptica ou está começando algum projeto”, sinalizou o diretor comercial da provedora Cepain, Carlos Guarisco. No caso da empresa, a aposta no ativo começou há três anos, quando os mais de 800 quilômetros de fibra da empresa começaram a ser construídos.

O aporte se refletiu em um “boom no número de usuários no último um ano e meio”, afirmou o executivo; das seis cidades do interior do Paraná atendidas pela empresa, ainda há ampliação da rede de fibra em curso em duas.

O movimento não é exclusivo da Cepain. “Minha cidade matriz [a paranaense Assis Chateaubriand] tem cinco operadores atuando com fibra”, afirmou Guarisco, destacando o porte relativamente pequeno do município, que soma 35 mil habitantes.

Ao todo, nove players regionais atuam na cidade; o acirramento da competição ainda incentiva a aposta em serviços complementares, como telefonia fixa e TV paga.

De maneira geral, as praças exploradas pelos provedores são as “pouco atrativas em retorno para [grandes] operadoras, mas que para a gente são negócio”, nas palavras de Perez. Sócio da provedora Bignet, – com atuação em Santos (SP) e outras quatro cidades do litoral paulista – o presidente da Abrint cita como exemplo bairro do Guarujá (SP) com cerca de 5 mil domicílios onde a presença dos três principais players é inexistente.

“Nós e alguns concorrentes já cobrimos [o bairro] inteiro com fibra”, informou Perez; mesmo nestes casos, as conexões ofertadas pelas empresas no País podem superar os 50 ou 100 mega (MB).

Perez conta que a Bignet tem hoje com cerca de 7 mil acessos; destes, cerca de 70% já estariam conectados através da fibra óptica. “Em cidades onde todas as grandes estão disponíveis, como Santos, meu foco é corporativo”, adicionou o empresário, citando companhias do ramo portuário e órgãos públicos como nicho de atuação. Em termos nacionais, a Abrint estima que 10% dos 5,1 milhões de contratos das provedoras regionais são de clientes corporativos.

Correção

No primeiro quadrimestre de 2017, 405 mil contratos foram registrados pelos provedores; um ano antes, foram 111 mil novos acessos no período. Além do investimento na fibra, a Abrint crê que outro fator tenha permitido salto para 783 mil em quatro meses de 2018. “Muitas empresas não informavam dados corretamente [à Agência Nacional de Telecomunicações], mas agora estão”, informou Perez, estimando que a “correção” pode ter sido responsável por cerca de 200 mil novos acessos.

Segundo o presidente, a “agitação” para corrigir a base coincidiu com a negociação agora fracassada de acordo com o governo (ou TAC) que permitiria à Telefônica trocar multas por obrigações de investimento em banda larga em certos municípios. Uma vez refinados, os dados teriam provado ao poder público que muitas localidades não precisariam ser incluídas na política pública. A Abrint fez oposição firme ao TAC.

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