No último dia 11, o Cetic.br lançou a pesquisa TIC Provedores 2017 e de acordo com ela o número de provedores que ofertam conexão via fibra óptica cresceu de 49% (em 2014) para 78%. Para o presidente da ABRINT Basílio Perez, esse número tem um significado muito importante, pois confirma a ideia de que o mercado de ISPs realmente cresceu. “É importante um órgão independente como o Cetic.br fazer esse tipo de pesquisa e constatar esses números, então isso mostra que estamos realmente crescendo igual dizíamos que estávamos”, disse ele.
A pesquisa foi realizada entre setembro de 2017 e maio de 2018 na qual foram entrevistadas 2.177 empresas provedoras. As perguntas realizadas envolviam indicativos relacionados aos serviços oferecidos, mercado de atuação, adoção e uso de tecnologias e infraestrutura disponível para conexão.
No indicativo infraestrutura, tecnologias e conectividade a pesquisou apontou que a tecnologia de conexão mais comum entre os provedores é o acesso sem fio (wireless) via frequência livre. Também foi apontado que 77% das empresas provedoras de Internet possuem Sistema Autônomo e 42% participam de algum Ponto de Troca de Tráfego Internet (PTT). Os PTTs e IXs são pontos da infraestrutura da rede Internet em que vários sistemas autônomos (AS) se interligam para trocar tráfego.
No que diz respeito às versões de endereço IP (Internet Protocol) utilizadas pelos provedores a pesquisa revela que 86% das empresas oferecem acesso por meio de IPv4 e 30% o fazem por meio de IPv6. Entre as justificativas para não terem migrado de IPv4 para IPv6, estão a dificuldade em se criar um plano de ativação e a falta de pessoal capacitado.
A TIC Provedores também identificou que além de provimento de acesso à Internet, as empresas oferecem outros serviços como e-mail, hosting ou co-location. Além disso foi constatada a diferença da velocidade de banda larga oferecida nas diferentes regiões do país, no Norte do Brasil, a velocidade mais vendida é 1 Mbps reportada por 23% das empresas e na região Centro-Oeste é 2 Mbps, também em 23% das empresas. No Nordeste e Sul, a velocidade mais vendida é 5 Mbps, segundo, respectivamente, 21% e 20% das empresas provedoras. Já no Sudeste, a velocidade mais vendida é 10 Mbps (20% dos provedores). Segundo o presidente da ABRINT, essa defasagem de velocidade está relacionada aos custos para levar acesso até as áreas remotas e como esse valor chegaria aos usuários.
“É um ajuste que o provedor tem que fazer para que o consumidor seja capaz de pagar o custo que ele tem para levar acesso até aquele lugar”, concluiu Perez.
Em relação a segurança da informação envolvendo operação, a pesquisa mostrou que 79% das empresas adotaram procedimentos de guarda de registros de conexão dos clientes e 24% dos provedores declararam ter recebido algum ofício judicial com pedido de apresentação de dados ou logs de acesso de clientes. Algumas empresas provedoras afirmaram já terem sido vítimas de roubos da infraestrutura, tais como cabos e antenas.
A pesquisa também aponta que o setor de provimento de Internet no Brasil é formado em sua maioria por micro e pequenas empresas — 85% dos provedores pesquisados estão no Simples Nacional.39% dos provedores possuem até 9 pessoas ocupadas (microempresas), enquanto 49% possuem entre 10 e 49 pessoas ocupadas (pequenas empresas). As empresas provedoras de grande porte (250 pessoas ocupadas ou mais) representam 2% do total de provedores e, no entanto, atendem a mais de 80% do mercado.
O Cetic.br realiza esse trabalho desde 2011, cujo objetivo central é realizar um mapeamento do mercado de provimento de acesso à Internet no Brasil e construir um Cadastro Nacional de Provedores.
A pesquisa está disponível no link cetic
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